Início do fim - fim do início

sexta-feira, 25 de março de 2016

Por Adeir Ferreira

Para a Rede Globo, sua oligopolia, sua monopolização de transmissão e sua constante sonegação de impostos parece estar chegando ao fim. Nesse rumo, em direção ao fim, segue também a revista Veja, Época e Isto É, do grupo Abril. A descaradêz em mentir superou os factóides grotescos de todos os anos de existência desse lixo ideológico, disponível em todos os formatos, para todos os públicos. O desespero dos Civitas e dos Marinhos - ao constatar a perda na queda de braço -, faz esses manipuladores jogar todas as cartas, chutar a mesa do jogo quando se sabe que está perdendo. Para os sensitivos, isso é o início do fim de uma era dominada pela falácia, pelo engodo, pela mentira, pela ira, pelo ódio, pelo fascismo disfarçado, pela aliança com o capitalismo bruto, como é uma tradição da burguesia.
As grandes revoluções surgiram para superar as mazelas de seu tempo. Também a jovem democracia brasileira, assim como a recente implantação do Estado de Bem Estar Social vieram para incomodar os oligarcas, os monarcas e os soberanos dessa terra do Will Fare State. A democracia em si, assim como o capitalismo é apenas uma ponte, sobre a qual passam ricos e pobres. No entanto, quando o exercício democrático pende por igualdade e equidade os ricos se incomodam e a chamam de comunismo (como se isso fosse um xingamento ou um pecado). O Estado de Bem  Estar Social é uma corrente social cujo objetivo é fazer com que o Estado dê garantias dos direitos básicos para todos os cidadãos. Já o Will Fare State quer que o Estado saia de cena e deixe todo mundo entregue à própria sorte, pois os ricos que sempre colocam as regras do jogo beberão água limpa. 
No frigir dos ovos, o neoliberalismo quer impor ao regime de trabalho a flexibilização das leis trabalhistas, para que assim os ricos paguem o quanto quiser aos seus trabalhadores. O neoliberalismo não quer pagar os impostos devidos ao Estado. Quando vemos o empenho tão grande da Federação das Indústrias de São Paulo-FIESP, da Rede Globo, do Habibs, por exemplo, no pedido de impeachment não é porque eles querem um país mais igual, mais justo, menos corrupto. É justamente o oposto. Eles querem escravizar os pobres, querem pagar menos aos seus funcionários, querem evitar impostos.

E para a jovem democracia e para as políticas assistenciais esse pode ser o fim do início, pois todo início é impactante, incomoda. A prova de fogo parece não conseguir impor a essa tendência brasileira um freio, a desistência. Todos os brasileiros que viram a democracia brasileira nascer e crescer ainda não sabiam o que era democracia de fato. Assim como ela entra agora na vida adulta e faz as suas conquistas maduras ela acaba passando por grandes crises até se estabelecer de fato e ganhar respeito perante os outros. Os outros são grupos formados por boa parte dos legisladores, por boa parte dos juristas, pela grande mídia e pelos empresários do Brasil. Os outros agora sabem que a democracia não é mais um exercício de gabinete, mas sim um exercício também dos movimentos sociais, do povo, das ONGs, das minorias, dos pobres. Nesse contexto, nada mais racional do que dizer para a democracia: "é, você chegou de vez, veio pra ficar. Agora você já é madura e sabe o que quer. Bem vinda a vida adulta. Você tem o meu respeito, e acima de tudo a sua liberdade".

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